terça-feira, 28 de julho de 2009

lapso


eu lembro de estar naquele canto, tentando por pra fora a faca . eu não tinha força pra arrancá-la... e pra conter o sangue ? o vermelho sujava a casa, a mente suja, pessoas sujas de seus pecados, seus medos, inseguranças, segredos, sujas de sangue alcool e dor e ainda assim rindo do excesso de morte em cada cômodo . eu enxerguei tudo quieta, tentando abafar o som, o grito ... a vista embaçada de choro, embaralhada de vinho, imagem emoldurada e torta por não se encaixar na realidade ... eu queria estar enganada .
jogada no chão procurando um remédio ... eu me senti morrendo .
nada rara vez na vida que eu vi tudo, o mundo, esmaecer, perder a cor o tamanho o gosto o cheiro o rumo, por causa de você .
apenas outro dia que eu estava ali exposta, com o peito rasgado, aberto ... e sem querer lhe deixei saber que aquilo era só amor . ou era dor ? você nunca viu ...
nunca existiu uma parede, um muro, uma armadura, uma distancia, uma pessoa, um pensamento, uma fuga que me separasse de você . a verdade ? eu duvido que exista outra pessoa disposta a esse suicidio ...
é como se jogar no abismo ...

tive um pesadelo .
sonhei com uma lembrança ruim ... mas eu acordei !
e o pior é pensar que foi real, e o melhor é pensar que eu sobrevivi ...
é bom me sentir viva .
e logo tudo está onde deveria estar ...
-
ele tentar se esconder de mim é como ver uma criança correndo inocente para atrás da cortina .

2 comentários:

thomazcampacci disse...

Um dia acordamos e percebemos que não estávamos dormindo, não. Que não era sonho, alucinação, nem nada. Um dia acordamos de uma realidade que, no cenário atual, só consegue ser enxergada como irreal, ainda que não fosse. E então aproveitamos o novo...
E tomamos cuidado para não fazer dele outro sonho.

thiago campacci disse...

sometimes we try but we don't belong