quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

eu sempre quis ...


a chuva gelada caía devagar em meus ombros tentando apagar o incendio da rua . cheguei a gritar por dentro, pedindo socorro por todo esse tempo, tempo que não temos, e que eu até tentei comprar um pouco mais, mas acabou . tempo que te trás de volta em uma terça-feira qualquer, tempo que não nos deixa encostar os pés no chão .
eu ouvi dos teus olhos sobre intensidade .
em meio as doses, me pareceu necessário o sorriso no rosto, e a sua mão no meu queixo me fez lembrar que de alguma forma, nós existimos .
logo, seus olhos já gritavam sobre o amor, que eu tenho medo que exista, ainda mais, se for dentro de você .
e eu fiquei me repetindo que um dia é apenas um dia ... como estou acostumada a fazer .
as certezas de ontem são as distancias de hoje .
e ai você diz : '- eu não vou ficar mais com você .'
e ai você me abraça apertado e pede, implora pra que eu volte, pra que eu fique mais um pouco, pra me ver , pra dar as mãos e sair pela rua .
você é musica que se encaixa ... põe no lugar o que parece não ter conserto .
e eu vejo a noite passar como num sonho que você sonhou pra nós dois .

mas... passou .

de volta ao cinza, ao hamburguer de microondas, ao barulho ensurdecedor que é me sentir incompleta outra vez .

PARENTESES : deixo aqui o link de outro post, que posto ao lado desse, descreve o mesmo sentimento . http://prisantos.blogspot.com/2008/08/blog-post.html

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

how we gonna fix it ?


encontrei uma boca que me rouba a memória e hipnotiza no gosto e no jeito de esquecer .
eu olho pras suas mãos, talvez geladas por fora do mesmo jeito, como todas as vezes que pedi, implorei ... pela euforia de um novo amor . pode ser que sim, pode ser que não .
estar em duvida é um estado de graça, dadas as circuntancias .
mas pra que pensar ? você me consome .
cada pedaço de tempo passou a ser pouco num só dia e muito, na minha história .
posso estar mais perto, entrar na sua pele, te pedir pra ficar ?

então apenas fique comigo essa noite .

me deixe sentir o cheiro, a fumaça de perguntas sem respostas que vem do seu abraço .
intoxica, eu mal consigo respirar ... mas já é tão dificil não querer te olhar .
e a cabeça, o peito, a ponta dos dedos, os lábios ... tudo queima .
e o sorriso, aquele ... constante e involuntário .

eu não vejo tempo pra nós dois ... nós poderiamos estar juntos .

mas não estamos .

agora .

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

your love is king .


existe aquela fração de segundo que você desliga o botão da consciencia .
até o mais forte tem um segundo fraco, falho, inevitável .
entregue ao momento, observo os galhos que balançam e se confundem, camuflando junções ... o vento tras a beleza das folhas, e de um morador de rua, sai o som que embala uma história ... como se tudo seguisse um roteiro, planejado a contra-gosto dos atores .
o cenário pulsa cada detalhe : por dentro tudo se confunde, por fora as aparências transparecem meias verdades . os olhos piscam . eu transpiro sensações . não existe tempo .
fugindo do óbvio, os corpos agora se repelem .
as sombras, grudadas, pregadas, não obedecem e formam um abraço .
eu sinto o cheiro que eu bem conheço mais uma vez, aquele que vem de dentro da contradição das palavras e atos que nos cercam . o cheiro de um certo comodismo em não querer/poder cortar esse fio que nos une e nos separa .
sinto o ar entrar de novo, agora limpo .
meu cérebro respira e desiste de entender .
exatamente nesse segundo, sem pensar, o 'meu segundo' acontece, e passa, e eu quase não vi .
o olhar de medo-espanto-medo-medo-constrangimento-susto-medo toma conta da cena .
em volta, o mundo deixa de fazer sentido e faz, sem poder fazer .
e é ai que as buzinas voltam, junto com o resto do mundo, que volta a girar .
o coração volta a congelar, o choro não existe .
tudo volta ao controle e forte eu esqueço, despejo tudo em texto ... pra não guardar .
existem emoções pra mim que precisam ser escritas, pra não tomarem forma de amor, de dor ...
finalmente, exausta ... deito na cama sem fingir pq ...
o cheiro ainda está lá .