quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A BAILARINA - por Thomaz Campacci

Mais um dia se passava para a bailarina. O céu, azul à tarde, ganhava primeiro tons alaranjados que se escureciam aos poucos, até aparecerem pequenas pinceladas de roxo; lá pelas sete e tantas, as cores haviam desaparecido, e tudo que se via era um denso vazio, exceto pela luz da lua e das estrelas. Pela janela, via o dia desfalecer. Ficava em seu quarto, ora dançava, ora escrevia, ora apenas apreciava a formosura do céu; via belas figuras na junção das estrelas, abismos entre uma e outra. O cansaço vinha, o corpo amolecia e ela ia para a cama. Ainda que tivesse vontade de dançar um pouco mais, seus langores eram mais fortes e a adormeciam, para que despertasse algum tempo depois para o mundo que ela tanto gostava. Ela dançaria a noite inteira, todas as noites, todos os dias, se lhe fosse possível. Encontrava na dança uma resposta para a maior parte de seus pesares, um sufrágio para conviver com seus anseios, os deleites da alma.
Já de camisola, apagou a luz do quarto e adentrou um casulo de cobertas roxas. Não fazia frio nem calor lá fora. Contudo, a bailarina precisava aquecer seu coração dos perigos mundanos, e para isso, nada melhor que se refugiar em sua cama. Adormeceu logo. Havia dançado grande parte daquele dia, seu corpo estava cansado, mas sua mente, ainda ágil e sonhadora, poderia lhe proporcionar uma bela página em seu diário no dia seguinte. Os primeiro minutos foram silenciosos. Enquanto dormia, não imaginava o que lhe reservaria seu acordar.

Assim como ela, seu soldadinho não era alto. Tinha os cabelos louro-escuros cortados muito curtos e a barba sempre rente à face. Seu rosto de boneco costumava ser muito expressivo, olhar profundo, e encontrava no gestual da bailarina um aceno ao seu sorriso; em outros momentos, tão propositalmente vazio e calado, provocava certo desgosto colérico nos olhos dela. Não fora a beleza que a vaidade conferia àquele príncipe que fizera a bailarina apaixonar-se por ele. Seu sentimento era exaltado pelas formas mais singelas de apreciação e devoção, e independiam de qualquer aspecto externo que tivesse o soldadinho.
Este soldado não era belicoso como os outros, era um bailarino. Como se estivesse vestido para a valsa de um nobre jantar, o traje de soldadinho de chumbo, que tanto a cativava, era simplesmente uma segunda pele, uma fantasia de dança, aliás, desenhada por algum competente alfaiate, pois nada tinha dessas superfluidades libertinas de que são feitas as roupas de carnaval. Ao contrário, a veste do soldado, na maior parte de um branco brilhoso com azul-acinzentado e dourado, remetia a heróis romanescos e também a luxuosos espetáculos de balé do século XX. Tudo naquele falso-soldado a encantava. Compartilharam durante dois anos o mesmo palco, dançaram a mesma dança; ainda que estivessem sempre conflitando, ele sempre a fazendo chorar, parecia que o sentimento lhes falava mais alto, então voltavam logo a amar-se, às carícias próprias dos amantes; foram felizes em sua inconstância.

Acordou de sobressalto, assustada com o grito de uma criança. Era sua irmãzinha, seu pequeno tesouro, a garotinha rechonchuda dona daquele sorriso vivo que tantas vezes lhe tirara do abismo. A menina chamava por ela, batendo sem piedade na porta do quarto, convocando-a para o café-da-manhã. Ela resistiu por alguns minutos, olhou o quarto em sua volta; a escrivaninha e a cômoda estavam iluminadas pela luz que escapava pela veneziana e adentrava seu quarto.
Depois do café ela saiu de collant, a saia volumosa de tule lilás. Ia ao encontro de seu soldadinho. Passou pelas ruas e avenidas que ela tanto conhecia. Sabia cada pedaço do caminho, cada árvore da paisagem, as mudas que estavam ou não floridas. Ia sempre ao encontro de seu amante naquele parque, a praça do chafariz em que uma bailarina e um soldado, ambos de chumbo, esguichavam água; a praça que ousavam dizer ser “deles”. Avistou-o e entristeceu-se quando viu, de longe, que o soldadinho não era mais um soldadinho. Não estava com sua vestimenta, aquela que o fazia ser da bailarina. Ele, calmo de lábios e triste no interior, lhe disse que havia crescido, e que aquela roupa lhe causava demasiado aperto e desconforto. O semblante dele estava mudado. Seus olhos não a penetravam mais, seu sorriso era lânguido e displicente. De um dia para outro, como se houvesse sido anteriormente prometido a alguém, ele não era mais ele e nunca mais voltaria a ser par da bailarina.

Foram dias angustiantes para ela. Foi difícil conviver com aquela idéia de perda, como se os céus o tivessem levado para um canto tão distante, como se tivesse sido morto em alguma batalha da qual nunca participara. Porém, saber que ele estava lá, em algum lugar, tão ou mais vivo que ela, era o que mais doía. Prostrava-se contra os joelhos e chorava como criança sem brinquedo, bailarina sem soldadinho. Encontrou mais uma vez, na dança, um refúgio que assistia as suas aflições de amante não mais correspondida. Punha para tocar, muito alto, canções ou melodias de amor que a faziam chorar, cercando-a daquele mundinho tão próprio dela. Escrevia às vezes. Sempre que se lembrava, mergulhava em romances ou novelas, naturalmente românticas, de personagens que, como ela, padeciam de amor.
Ela preferia Liszt a Mozart, Goethe a Burroughs. Talvez porque gostasse de sonhar, porque gostasse de sentir em seu âmago as delicadezas de outros corações, como o seu, amargurados. Encontrava em Os sofrimentos do Jovem Werther um pouco de si mesma, suas cartas de amor nas cartas dele; o sentimento que nutria por aquele soldado-bailarino era tão dilacerante quanto o que ela lia naquelas linhas impressas no papel e em si mesma. Sabia, apesar da dor que lhe causava, que suas inúteis lástimas poderiam nunca cessar caso ela não combatesse aquele amor parasita de seu íntimo, que cada vez mais se apoderava dela. Mas gostava de sofrer, de amar. Era tal o que a fazia sentir-se viva. O coração que nunca amou, ela pensava, nunca caminhou por estes vales, tão maravilhosos e ao mesmo tempo hediondos, que tanto encantam, mas fazem-nos sofrer; quem nunca amou nunca viveu de verdade, pois levou uma vida regulada demais, e viver, para ela, era um sofrimento eterno, pincelado de alegrias intermitentes, que só eram tão boas por serem assim. Era feliz em seu sofrimento, e ainda que não fosse, nada fazia para afastá-lo. Tentou outros soldadinhos, nenhum foi como aquele. Procurava encontrar neles a figura do antigo, o mesmo sorriso, o mesmo cheiro. Nunca obteve sucesso. Porém, é em seu bailar de consternações que encontra a si mesma. É nessa valsa, que parece ser eterna, de uma bailarina sem par, ora chorando, ora sorrindo, que se representa. E, ainda que tanto lhe digam para esquecer o soldadinho, ainda que repreendam seu modo de sofrer e de amar, ela não cessa. Talvez haja desistido daquele, mas logo encontrará outro. A bailarina precisa de um soldadinho pelo qual chorar, e são seus sofrimentos de amor que a fazem ser quem é.

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Esse texto foi meu amigo Tho que fez pra mim ... e eu agradeço muito .
Me fez borrar a maquiagem de bailarina ...

sábado, 14 de novembro de 2009

saturday morning advices :

*if advices were good, people sell it .
so maybe someday i'll receive some money for that . ( just kiddin)
i wrote this now, thinking about my experiences and i try to put them all together in a good way, on the paper . i get 3 pages of trash that i turned to advices ... all of this is real .
so if you want to, give me a chance to let you know how i feel right now .
and sorry, i'm thinking in english today . (¬¬')

-

Find some passion
Give me some butterflies
Fireflies ...
Why you are so sad ?
Some people don't understand
But they feel ...
Sometimes this is more than enough .
Some people just died
Because they let the emptyness take the control .
Who you are is nothing but your sweettest dream .
I'm a purple baloon
You can fly too, if you want to .
And when you need, put your feet on the ground .
Enjoy the sensation .
And then, when you get bored,
Find a better kiss .
Jump .
Touch the sky with those silent eyes .
Make some noise ...
Make them scream out loud .
The horizon is a ilusion
There's no end, no limits .
So dance .
Express the emotion that you usually hide .
Be free .
Let the beat guide you to another road .
Travel .
Plans are good but,
Follow your instincts is so much better .
Write a love song .
Fall deeply in love .
Get wasted
Tomorrow can wait .
Listen your friends, take care of them .
But be carefull,
Some people just dont care .
So, sometimes we have to forget .
Don't make yourself forgettable .
Make a difference .
Sing .
Play a 'air guitar'
You can be a rockstar .
Open the window,
Just let the sunshine do their job :
Shine on you like a disco ball on a Friday Night ...
Like the effects of a most beautiful smile .
Embrace your faith .
If you made a mistake,
Let everyone knows that you're not that kind of person ...
Show them your streigh .
They really dont know nothing about you ...
So explore the unknow .
Dont give up .
Buy a white shirt .
Help .
Pray .
Deserve .
You have the power so make a change .
Dont be afraid .
The clock is fast so think twice if you wanna run .
If you get hurt,
Pick up the pieces ...
Put them all together in a bottle and throw it all away in the sea .
Cut the cords .
Reinvent yourself .
Make your own rules
But be kind .
The birds arent superheroes .
Love affairs sometimes arent the solution .
Drive alone .
A small town could be a scape
But your problems will not desappear .
So have a conversation
Dont let nothing unfinished .
Swim .
Play with the heavy atmosphere .
Learn to breathe .
Sleep tight .
Know your rights .
Discover .
Search the balance .
Drink some coffee .
Read .
Challange the facts .
Re-write your history .
Apologize .
Forgive .
Nobody's perfect but dont let them make you a fool .
Get lost sometimes just to remember that you can find a way .
Turn the lights off .
Desire .
If it rains, accept that, get wet .
Take a long shower .
Think about what you get .
What you've done ?
Go ahead .
Stay one more night .
Dont miss me .
Fix it .
Take my hand and we can walk together .
Why not ?
Not necessarily side by side .
Go wherever you like .
I'm on your side,
You know what I mean ?
With you, no matter what .
Wish me luck .
See you there .

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

nostalgia: uma noite e uma história .

meu ponteiro tropeçou em você e esse caminho eu não decidi tomar, outra curva burra que a vida mostra e a gente segue, pq do que é bom a gente tem medo . medo de dar certo ... porque ? e ai a gente quer voltar mas agora o retorno fica tão tão longe ... quase inacessível . e talvez nem era pra durar ... se não fosse de tal jeito, seria de outro ... um belo dia não existiria mais o pertecer e um de nós diria pra esquecer . o problema é que não foi assim que aconteceu, e essa duvida vira saudade, vira confusão ... e por mais que o seu mundo não seja o meu, depois de todo esse tempo eu ainda lembro do seu jeito, eu me pego pensando em nós . como uma cena de um filme antigo, mudo ... já que não resta mais nada pra dizer... já que de tudo eu tentei mas não fecha, o machucado é grande e 'desculpa' não é o bastante . faz tanto tempo, mudaram-se os planos ... eu sei . tantas outras pessoas estão por ai pra provar que insubstituível mesmo é só o segundo, a sensação, a vontade, a loucura de querer seus olhos tão perto, tão certos ... outra vez .
eu nem sei porque ... mas sinto falta deles agora .
'mas se for pra lembrar de algo bom ... eu sempre vou lembrar de você ...'

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

so easy .


e logo o botão da magia é desligado . o sorriso alheio já não brilha o bastante pra te fazer sorrir . perdendo a ilusão, sendo abraçada pela realidade que apesar de não tão doce, é mais verdade e sendo assim, é mais completa . é como uma picada que dói no comecinho e depois te amortece o corpo . e a cada picada, imunidade . logo, como uma pedra, eu te prometo e não cumpro, me torno o contrário, a outra face, o 'não' ... só pq os pedaços estão cansados de se despedir ... pelo chão, tomam forma de nada . mas eu fui feita do 'sim' .
e se me perguntarem se estou bem, eu realmente me sinto bem . nada mudou pra pior, afinal . quando a gente apanha, as vezes da pra esconder ... e se o hematoma não é visível, uma hora a gente esquece .
eu admito que o soco foi bem dado .
e em pequenas parcelas a gente paga caro o preço pela nossa própria liberdade, as vezes deixando de lado o que julgamos desnecessário pra mente, porém necessário ao coração .
o coração . uma caixa de lembranças . uma caixa de música . músicas que guardam pessoas .
é inevitavel e vão, tentar guardar alguem dentro da gente ... é pequeno o espaço, talvez confortavel, mas é pouco, muito pouco ... e a gente quer sempre mais .
tudo em mim que sobrou não é mais de ninguém, agora é meu . e sinceramente é um alivio me ver assim, reconstruida com uma base firme, mais madura talvez pra uma próxima fase ...
uma volta no relógio é muito pra quem sabe o que quer, e eu não soube por tanto tempo . anos procurando um motivo, um caminho, viagem de destino incerto . até descobrir que eu nunca vou ser suficiente pra alguém enquanto eu não for pra mim mesma ... é tão simples agora . é tão visível . foi tão difícil chegar até aqui ... mas uma nova vida me espera, e eu me renovo, renovo as forças, as energias, os pensamentos, os sentimentos ... renovo o sorriso no rosto, as vezes oco, as vezes acompanhado de gargalhadas ... sem perder o brilho no olhos . olhos que dançam ... e se prestar atenção, te mostram o caminho, te levam pra lugar algum além de mim, se é onde você quer chegar, se é onde você quer estar ... é por aqui .

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

fly away .

o tempo de vida de uma borboleta varia de duas semanas a três meses . ela nasce feia, minhoca desengonçada... se fecha num casulo apertado e sai de lá perfeitinha ...dá uma volta por ai, para em algumas flores ... e ai morre .

assim como nós, assim como os sonhos .

--

Verdade seja dita, nascemos pequenos só no tamanho e não no modo de pensar . Existe muito espaço no cérebro a ser ocupado, muitas lacunas... perguntas a serem respondidas . Perguntas essas que trazem consigo a inocencia e a decencia de uma criança... ser novo nesse mundo estranho . E tentamos responder e ensinar gentileza e respeito, mesmo sabendo que raramente essas virtudes permanecerão intactas ... o casulo é frágil e o mundo lá fora pode ser cruel .Tentamos nos proteger mas a liberdade tem um preço caro ... e lá fora, tentando abrir as asas somos surpreendidos com ventos fortes, chuvas, caçadores de borboletas ...
Não é tão simples crescer . Menos simples ainda sobreviver sem deixar de ser exatamente o que somos, ou fomos, ninguém sabe mais ...
Eu vejo confusão por trás dos erros, ciclo que não recicla e inclui no futuro as partes podres do passado .
Repetições de uma música ruim . Ninguém mais canta ...
São apenas eco . Barulho ilusório e retardatário que inutilmente tentamos evitar, resultado do que escondemos, do que não queremos, do que fingimos não ter, do que fugimos com todas as forças ... o medo .
E assim sofremos hoje e amanhã ... deixando morrer por dentro cada pedaço de sonho, cada pedaço de encanto, cada pedaço de nós . Não sei se duas semanas ou três meses ... nossa vida não tem prazo de validade e nos confundimos ao pensar que existe amanhã pra consertar um olhar de desprezo, um abraço falso ou um sorriso oco de amor . Não existe borracha que apague uma dor . Não existe remédio que conserte o ontem . Não existe desculpa quando traimos nós mesmo com nossas palavras ... não dá pra sair pegando-as de volta .
O que eu quero dizer é que eu vejo uma tentativa desesperada de ser feliz, de achar todas as respostas ... em cada rosto, em cada corpo, em cada voz , cada célula resolveu esquecer das ferramentas básicas e decidiu partir pro ataque, numa competição louca e fora da lei, passando por cima de tudo e todos atrás do premio final . Não quero te desapontar, mas não existe prêmio final .Na sua ultima respiração, que não sabemos se será agora, amanhã ou daqui 30 ou 40 anos ... a sua vida, quero dizer, o que você terá serão apenas lembranças . Dias vividos, amizades conquistadas, beijos com sabor de morango, viagens e também as despedidas . Ali, e só ali, lhe ocorrerá a idéia de que a vida não é nada além das decisões que valeram a pena . Você não possui nada, nada lhe possui ... e você só será eterno se alguém resolver te guardar do lado de dentro .
Pois então, mereça .

domingo, 9 de agosto de 2009

the way i feel .

descuido . a porta entre-aberta por um segundo e logo era tarde ... você já estava ali, sorrindo pra mim daquele jeito bobo ... confundindo certezas que pra mim eram tão absolutas quanto o relógio que marcou tantas despedidas sem volta ... na minha cabeça, nada mais parecia igual e isso tira as peças do lugar quando se esta muito acostumado, conformado, acomodado num mundo aparentemente bem encaixado com um não saber .
naquele momento eu soube . naquele dia, naquele abraço ... eu simplesmente soube . o que ?
eu estou me culpando sim, mas já não me lembro porque ...
e eu sei que não é hora de por as cartas na mesa ... esse mistério e talvez um certo medo acabam alimentando a vontade ... mas tem sido dificil esconder o jeito que eu te olho .
sem ter certeza se certo ou errado , tudo ou nada, não importa ... sabe ?
esse é o momento de não ter certeza . é o momento de duvidar de tudo ...
medo ? não de você, não do passado, não do futuro ...
medo de não viver esse momento como ele deve ser vivido ... pq eu não quero perder um só minuto que tenha sido feito pra estar do seu lado . hoje, talvez amanhã ... eu não sei .
tudo o que eu espero é não desistir . tudo o que eu quero é te fazer sorrir ...
enquanto tudo isso for certo pra nós dois ...

-

compor um amor,
sem lembrar que um dia a dor se fez pranto
que o gosto foi desgosto
que o amanhã foi nunca mais .
é dificil ... eu sei .
ter esperança de um de novo, agora novo
chance pequena entre tantas outras que eu ja perdi
que eu talvez não vi
eu não sei o nome disso ainda ... não .
mas eu quero acreditar que vai ser algo bom .

e por agora, é só isso ...

terça-feira, 28 de julho de 2009

lapso


eu lembro de estar naquele canto, tentando por pra fora a faca . eu não tinha força pra arrancá-la... e pra conter o sangue ? o vermelho sujava a casa, a mente suja, pessoas sujas de seus pecados, seus medos, inseguranças, segredos, sujas de sangue alcool e dor e ainda assim rindo do excesso de morte em cada cômodo . eu enxerguei tudo quieta, tentando abafar o som, o grito ... a vista embaçada de choro, embaralhada de vinho, imagem emoldurada e torta por não se encaixar na realidade ... eu queria estar enganada .
jogada no chão procurando um remédio ... eu me senti morrendo .
nada rara vez na vida que eu vi tudo, o mundo, esmaecer, perder a cor o tamanho o gosto o cheiro o rumo, por causa de você .
apenas outro dia que eu estava ali exposta, com o peito rasgado, aberto ... e sem querer lhe deixei saber que aquilo era só amor . ou era dor ? você nunca viu ...
nunca existiu uma parede, um muro, uma armadura, uma distancia, uma pessoa, um pensamento, uma fuga que me separasse de você . a verdade ? eu duvido que exista outra pessoa disposta a esse suicidio ...
é como se jogar no abismo ...

tive um pesadelo .
sonhei com uma lembrança ruim ... mas eu acordei !
e o pior é pensar que foi real, e o melhor é pensar que eu sobrevivi ...
é bom me sentir viva .
e logo tudo está onde deveria estar ...
-
ele tentar se esconder de mim é como ver uma criança correndo inocente para atrás da cortina .

quarta-feira, 8 de julho de 2009

?

and if you look at her in a day like today, you'll say : she's a sad song ... stuck in my heart .
beautiful . but very very very sad .
and she just dont know about love songs .
and she just dont know about hold you tight .

this scene means the end of a fairytale .
her tears means nothing but missing you so much .
peaces that lives only inside of a broken hopes .
fears that comes only because a bad bad choices .

and she dont know what is right .
and she think that is wrong .

stay or go ?
stay or go ...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

alfinetadas mode on .

quando todos possuem algo que só você tinha ... ai essa coisa perde o valor . simples assim ...

relações analógicas não estão na modinha . nada mais normal hoje em dia do que ter medo do homem . as vezes de você próprio ...
tão fácil se esconder atrás de letras e de uma tela : 'está tudo bem ...' ou ' eu não te quero mais ...' ou 'estou apaixonado por você... '
tão fácil se emocionar com a susan boyle e não perceber seu amigo passando por algo difícil bem do seu lado .
tudo isso pq as pessoas estão se acostumando a lidar apenas com o que não tem consequencia para elas, na vida delas .
tudo é desapego, é ir embora, é não criar laços .
criar um personagem virtual que tudo pode, tudo aguenta é a máscara que o mundo arranjou, de metal, para encarar os medos .
quanto mais nos parecemos com as máquinas, frias e intocáveis, mais nos sentimos protegidos .
o toque e o olhar se tornaram manipuláveis pela informação ?
você sabe realmente quem eu sou ? como estou me sentindo ?
e corremos atrás do maior numero de informações possiveis ...
e corremos atrás do menor numero de pessoas possíveis ...
criamos a falsa idéia de auto-suficiencia .
se você não sabe, o cérebro tem capacidade finita de armazenar informação mas com possibilidades infinitas de ligações .
enquanto você posta no seu twitter que está entediado, observando a cada F5 todos fugindo do tédio, postando e fingindo que estão fazendo alguma coisa ... mais um pedaço do seu cérebro foi preenchido em vão .
então não se sinta um extraterrestre por sentir falta de uma mão na cabeça, uma conversa sincera, um abraço carinhoso .
então não se surpreenda quando alguém que você considerava íntimo e confiavel te apunhalar pelas costas .
então não se ofenda se alguém vazio sentir inveja do pouco de amor verdadeiro que você conserva por você, pela sua vida e pelos seus amigos .
e então se você se sentir cansado de tudo isso, me ligue . me encontre . me sinta .
pq eu vim dizer que estou cansada de ser nômade .
existe apenas um motivo que me fará ficar daqui pra frente :
me faça sentir !

ficadica: você não vai achar como fazer isso no google .

domingo, 21 de junho de 2009

lembrança .

a lembrança é imutavel ... é o pra sempre que nunca acaba .
é o ontem com gostinho de saudade, o hoje com gostinho de arrependimento, é um degrau pro amanhã .
no final da vida, ao fechar os olhos ... é tudo o que temos .

e se eu, e se você ...
estiver de partida, me lembrarei do toque .
estiver demorando, me lembrarei do ultimo encontro .
estiver sorrindo, lembrarei de como é bom .
estiver triste, continuarei tentando ...

lembrar é o ultimo pedaço do bolo .
me motiva me envolve me cega me governa ...
lembranças são recortes da vida impossiveis de serem queimados .
estão nos sons e nos cheiros .
nos gostos e no olhar .
elas tomam todos seus sentidos, sentimentos
e te permitem por um instante reviver uma vida .

e se você não recicla a idéia, não penera os fatos
enlouquece .
preso num mundo, onde tudo o que acontece em volta é pura ilusão .
é o que você teve projetado num cenário verde .

é o seu cérebro desesperado pra voltar .
mas o relógio não corresponde ... colaram a ampulheta ao contrário .
não existe mais tempo a perder, já foi perdido .
não existe mais razão pra ficar, você já se foi a tanto tempo ...

e ao olhar a porta entre-aberta, percebo como é fácil sentar aqui e só te esperar ...
dificil é deixar de amar quem a gente sabe e sente, que ama a gente também .

não pisque, se fosse você vigiava .
pela mesma porta que te espero entrar, eu também posso sair .
e ai, eu não vou ser mais nada além de uma simples
lembrança .

quarta-feira, 17 de junho de 2009

even the stars refuse to shine ...

saudade das traquinagens, malandragens, artes planejadas minuciosamente pela minha mente, arquitetadas numa folha em branco que me parecia ser o futuro . mas a vida, coitada de mim, me deixa cada vez mais dura excluindo opções antes completamente possiveis, porque eu tinha mais coragem ou mesmo criatividade pra pular os buracos, ultrapassar ordens, saltar por ai, rindo da ignorância quadriculada e medida, cálculo complexo resumido em mim numa soma simples : eu não sei subtrair .
da pré escola, da pré história, talvez de uma outra vida até hoje, essa é uma verdade universal, minha .
fundamental mesmo pro meu corpo era minha sede de ver de perto, pra minha mente, entender o sentido que vinha de dentro . agora sobrou o medo e o medo, incerto e impreciso .
em alguma porta errada eu entrei, não sei ... e eu não queria voltar os ponteiros, não ! eu não faria nada diferente ! eu só queria adiantá-los um pouco, pra parte onde eu decido, descubro, encontro finalmente quem sou eu .
e se o mundo me pede competencia, eu preciso saber improvisar .
e se o mundo me pede informação, eu reorganizo as frases, troco as letras, mudo o foco .
como se de uma reação de sintese, eu transformasse o mundo em uma de dupla troca .
e o que te deixa a beira de um ataque de nervos é que tudo acaba fazendo algum sentido no final .
o meu jeito, as minhas escolhas, essa confusão devagar e exagerada ...
essa minha estupidez te enlouquece e me atrasa ... quem perde mais ?
eu não vejo a hora de encontrar a loja certa, onde me vendam a idéia milagrosa ...
e eu não vou ter preguiça, nem sono ...
e eu vou trabalhar duro, fazer o que for preciso ...
vou reconstruir minhas asas, e ir embora daqui .

quarta-feira, 10 de junho de 2009

should i just keep chasing pavements ?

even if i knew my place should i leave it there ?

ter que me desapegar do destino ideal é o que me frustra... eu não sei desistir do que eu quero .
e o que eu não quero, já desisti antes de você perguntar .
então como dar o primeiro passo ? como passar por cima de tanta perda pra alcançar o que supostamente deveria ser meu quando me tornei um ser de carne e espirito ? como não perder a fé ?

a promessa da comodidade as vezes me mantem intacta, deitada nos meus sonhos, numa desistimulante inercia de fracassos ...

incerta do caminho, eu me arrasto com os olhos vendados num chão de espinhos e rosas .
desinteressada no anonimato das minhas idéias, grito afim de que o cara lá de cima me abra os olhos pra ver o que só eu não vi .

o vento sussurra tempestade e eu já não me lembro qual foi o ultimo suspiro de tranquilidade .
a cada segundo, meu cérebro é entorpecido por perguntas sem respostas ...
a cada segundo, meu coração é tomado pela mais forte ansia do querer saber ...

e eu vejo dançar no teto do quarto todas as moscas que em busca do sol, morrem queimadas pela luz .
e eu sinto que quanto mais preciso de pernas, mais entrego minhas mãos e logo não tenho nada .
e eu desejo um corpo que ainda não encontrei .
e eu procuro por livros que eu não comprei .

e eu corro, através do tempo, do passado ...
procurando aquela dica que eu perdi . deve estar em algum lugar a chave dessa porta impermeável que guarda meu grande triunfo .
só espero que exista um final digno para todos nós ...
apenas os fortes sobreviverão .

i bought a ticket to the end of the rainbow ...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

ombros, travesseiros e o meu segredo .

é madrugada da janela pra fora,
é meio dia em algum lugar ...
o mundo é grande quando eu o quero
o mundo é pequeno quando eu o tenho

escapam desculpas para abandonar estes sonhos .
sobram motivos para eu o fazer ...
e eu só, só ainda não achei o motivo certo .
é o que falta afinal ... não me sentir só .

eu devo parar de procurar entre os ponteiros do relógio ?
a pressa me deixa lenta, eu não tento,
o prazo eu ignoro .

o travesseiro não é bom companheiro, te conforta na solidão
enxuga as lágrimas e te convence a ficar.
parado.
prostrado.
frustrado.
morto.

então, procuro um ombro .
existem bons ombros, bons corações .
apesar de muitos serem no fundo falsos, o que significa bons, travesseiros .
descobrindo isso, a seleção natural de ombros acontece .
travesseiros morrem .
ombros permanecem .
fim da guerra ... você é o que é .

no corredor eu ouço essa canção,
pés e pés e mãos, e eu grito alto
grito e mudo você não escuta pq não vê
cego, não se sente livre .
mãos e mãos e pés e eu te acompanho, seguro e puxo seu corpo
fora desse abismo, desse buraco enorme dentro de ti ,
escuro e fundo onde eu costumava morar ...
previsto destino que eu resolvi mudar .

se não posso te tirar de dentro, mudei o roteiro
pra que ensaios ? pra que mesmice ?
eu quero o improviso .
um sorriso meu arrancado quando eu quiser ir .
um beijo roubado quando eu quiser te matar .

e assim, sem perceber
você me tomará pelos cantos,
me envolverá nos braços
acordaremos entrelaçados
pernas e abraços
sem espaços
sem fim .

essa teoria é o meu segredo que apesar de decodificavel, costuma parecer o que não é
e se você for mesmo tentar, vai perceber que eu mudo as regras do jogo sem te avisar ...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

we never wanna say good-night .


eu ouço as notas da chuva,
pequenas gotas perdidas,
são nuvens chorando uma canção triste ...
é o tempo avisando a despedida .
eu desaprendi a viver sem tais palavras,
poemas da sua boca pro meu ouvido ...
do seu coração pro meu sorriso ...
nunca nada fez sentido mas se é você,
amar nunca vai ser proibido .
e esse abraço ...
meu rosto encaixado no seu pescoço .
suas mãos encaixadas no meu corpo .
nossas mentes encaixadas no pensamento .
onde a saudade vai se encaixar afinal ?
boa viagem, meu amor .
que você voe alto e longe como sempre quis voar ...
e que quando puder, voe em pensamento,
já que não posso te pedir pra voltar .
cante o nosso tango, mas não se sinta sozinho ...
me faça presente na sua vida, as lembranças te farão carinho .
afinal, estamos te esperando
pra trazer de volta as cores, a vida, desse nosso jardim .

sexta-feira, 22 de maio de 2009

presos, passos, o fio .

três passos .
no primeiro eu te observo .
no segundo eu chego mais perto .
no terceiro eu te agarro pelo pescoço e te solto, como há de ser .

três passos .
no primeiro você sente saudade .
no segundo você fecha os olhos e vê que é verdade .
no terceiro me abraça tão forte e eu te deixo ficar, pra variar ...

tão forte que seu cheiro ficou preso no meu cabelo .
tão forte é sua falta presa no meu peito .
tão seu é esse meu jeito de te querer por perto .
tão presos nesse caminho que o destino nos deu .

dentro de você eu nunca estive presa .
e permaneci talvez pq mereci ficar
e ficarei enquanto me deixar ...

dentro de mim eu quis desesperadamente te prender
eu tinha medo de te perder
não entendia seu jeito de ser livre
tão dentro de mim, hoje você vive
solto sem perceber .

presos a nós mesmos, no simples querer, tentando por a culpa no que era para ser .
te faço um carinho e você me traz um café ...
se vão falar ? se querem saber ?
eu não pedi pra eles terem fé .
e se me chatear ? e se eu quiser chorar ?
deixa ser como é .
e se eu pedir ? e se você partir ?
não tem porque ...
infinitamente ...

nada existe como eu e você .

quarta-feira, 13 de maio de 2009

os outros, sem juizo .

banalizado o amor, atropelado em pensamentos tão mais bem pensados que o próprio sentimento .
não dei atenção mesmo e admito que é easy não tentar .
o segredo afinal não é nada além do medo que cala a verdade .
e como odeio mentiras, costurei a boca a procura do momento certo .
não me disponho a loucuras, cenas, mal juizo e julgamento, se não for pra valer .
se for por mim e não por você .
meu drama não é nada além da minha intensidade .
e o valor da curva é o preço que eu não quis pagar, até me reconstruir de novo e nova, reinvento essa necessidade quase psicopata de perder de vez enquando ... só pra variar .
dominar o não ter foi primordial, apesar de me pegar fraca na contradição das mãos .
se quer saber, eu não quero .
pertencer me frustra ... foi o jeito que meu corpo deu pra se proteger .
a saida agora é tentar construir histórias e por alguma delas me apegar .
não existe um pedaço de mim que precise ficar . todos me empurram pra longe daqui ...
engasgada, arrumando pretexto pra aceitar e achar graça ....
que perda de tempo ...
se quer saber, eu não preciso .
e calma, eu sigo ...
talvez correndo de você ...
talvez fugindo pra valer ...

eu quero saber se você me alcança .

-

a febre do seu corpo alucina a realidade .
e não existe um só motivo que não seja inconsequente que me faça ficar .
eu fico por um instante, arranco sua armadura .
me aproveito de cada fraqueza minha que você desperta .
me permito fechar os olhos e esquecer dos limites, pra que servem afinal ?
sua mão corre pela nuca e sobe até os cabelos, eu esqueço de respirar .
sinto falta dos sentidos, mãos e pés, perco todos eles, não deixo rastro ... e se eu quiser voltar ?
e você se perde no discurso, me fazendo rir da maneira mais gostosa .
que ridículo fica o amor comparado ao desejo daquele momento .
o relógio parece dar meia volta cada vez que eu lembro desse gosto , desse cheiro, de ser livre .

o remédio da inveja alheia não faz mais efeito .
mas o desgosto de fincar os pés no chão é necessário,
eu procuro bem mais do que um motivo pra ser simples amante,
mas deitada, os pensamentos não são só meus no final .

sexta-feira, 8 de maio de 2009

'Eu quero contrariar a lógica te abraçando.'

falam tão alto... essas vozes me ensurdecem .
estridentes e frios são os gritos, e meu coração tímido se contrai e se esconde, não expande, não cresce, entristece,Cor do texto não responde ... meu coração só se esconde, onde ? onde ?
em qualquer canto e dentro de mim não cabe mais esse medo e eu me pergunto, onde ?
não sei se enterro, sufoco, se furo e deixo sangrar .
ele não sofre assim nem assado ... está duro, impermeável, cansado de sonhar .
e se protege como pode, foge, mas não sei pra onde ... onde ?
onde é que ele foi se enfiar ?
e ele bate fraco, bate forte, bate pequeno, bate sozinho, parece não se cansar ...
virou rotina dar cara a tapa, tentar pulsar ...
e se ele desiste?
e se ele quiser um carinho ?
um lugar quentinho pra morar ?
e se ele decidir amar ?
tão perdido, vivendo da mistura do passado imperfeito com a desesperança de um futuro milagroso ...
o presente é o hoje embrulhado as pressas pro amanhã ...
e o amanhã é o passado remendado e pintado, com laço de fita pra você não reparar .
e o sorriso é a mentira que eu decidi contar .
e a lágrima quando cai, é a verdade que decide sozinha escapar .


principalmente pq eu não sei onde, alguem sabe como eu posso encontrar ?

e a pergunta vira como . como ?
como é que daí você vai me tirar ?
sem te machucar ?
sem me machucar?
como ?

' pra explicar esse amor eu precisaria virar o mundo de ponta cabeça ...'

(essa frase é de um filme e o titulo eu tirei de um blog de um mocinho que eu sigo no twitter vulgo midio, beijo tchau)

domingo, 3 de maio de 2009

atire a primeira pedra ...

o seu sorriso, amigo . o som da sua risada ...
o cheiro do seu casaco, a energia do seu abraço ...
eu preciso .
tão confortavel o modo que me olha .
você é a verdade num ciclo de mentiras reciclaveis .
eu pego suas palavras e fecho a mala .

quarta-feira, 22 de abril de 2009

É ...


Ele disse baixinho :
' - O céu se abre, limpo, quando eu estou com você . '
Olhei pra cima em silêncio, sabendo que aquela sensação, aquela visão, teria prazo de validade . As estrelas pareciam mais fortes, os desejos mais reais, as ilusões mais justas ... o mundo parecia estar no lugar . Aproveitei aquele instante, agarrei os segundos com toda a força .
Mas eu bem sei como o tempo escorre pelo meus dedos, escapa das minhas mãos .
Fechei a porta e encostada nela, fechei os olhos ...respirei fundo .
Quando acordei pela manhã os sonhos já tinham me avisado ... nem precisei abrir a janela pra saber que estava chovendo .
O céu, repleto de cinza, só confirmou o que agora o vento veio dizer .... o frio nos meus olhos trouxe lembranças de coisas que eu pensei não existirem mais . Foi aí que eu chorei .
Tudo bem não entender .
Tantas pedras me jogaram e de rastro ficaram, mostrando o caminho que eu percorri até aqui .
Pra que olhar pra traz se o que sou agora é resultado do que o passado mesmo fez ?
Um sorriso surgiu nos meus lábios, tolo riso inocente que insiste em se mostrar quando por pouco eu compreendo meus sentimentos por ti .
Não importa tanto quais são os riscos ou quais são as mentiras quando eu sei, simplesmente sei, que você está ai .
Se por mal ou por bem, o destino é sermos livres ...
Nosso carma é aprender que apesar de tudo não conseguimos viver sem .
O cheiro, a lembrança, o medo .
É ele que nos prende aqui e nos liberta ali, moldando um futuro incerto, imprevisto por cartas de tarô .
Você não quer, eu não quero .
Que culpa temos afinal ?
Uma chama é apenas uma chama, até que alguém assopre e ela se apague ... ou se alastre .
Nós ainda estamos aqui .
Nós estamos aqui .
Então me resta aproveitar a chuva, até que tudo vire do avesso e pareça certo estar nos seus braços outra vez .

segunda-feira, 13 de abril de 2009

evidências .

eu sou meio-termo .
nem azul nem vermelho, roxo .
nem amargo nem suave, doce veneno .
com um par de asas
com os pés no chão .
nem chuva nem sol, arco-iris .
nem dia nem noite ...
aquele momento onde a lua e o sol simplesmente se encontram .
nem briga nem paz, sussego .
eu não sou de extremos .
você pode gostar mais ou menos de mim, mas não pode me ter mais ou menos .
meio-termo não é ficar em cima do muro .
é subir lá de vez enquando pra observar, estudar e saber exatamente pra que lado pular .
mas quando eu pulo ta pulado . não sou de mudar de lado .
não sou de mudar de opinião mas também sei ver quando não tenho razão .
no fundo, o meu drama é tentar não ser do tamanho que sou .
nem grande, nem pequena ... na medida certa da contradição .
se eu digo sim, é pq não .
se eu digo não, não sou mais eu .
nem correr nem andar, dançar .
nem jogar nem guardar, deixar passar .
nem boa nem ruim ...
eu sou um erro que sem querer virou acerto .
não se culpe por me querer assim .

terça-feira, 31 de março de 2009

one last cry .


encostei a porta e com cautela, virei meu corpo na direção oposta . deixei a fresta, pra quando precisasse, pudesse ver o que deixei ... deixei a fresta pra que se eu precisar voltar, ela ainda esteja aberta ...
muitos passos eu andei no escuro, por hora corri sem direção nenhuma, batendo em quinas, caindo de joelhos, sangrando, perdida .
mas chega o dia que a gente força a vista e pelo menos tenta enxergar o que esta ali, escancarado .
auto-suficiencia nunca foi comigo, estar sozinha nunca foi pra mim .
mas, ao me sentir a vontade comigo mesma, passei a gostar mais de mim .
um pequeno sorriso surge de dentro pra fora, e eu me vejo rindo do desespero vão .
tudo o que eu preciso, eu tenho e esse amor por mim e pelos outros é o que me constrói e me derruba todos os dias .
se for ver, eu sou feliz .
chegando a isso, holofotes se acendem me deixando finalmente ver o óbvio .
nada além de mim, por dentro, entre pregos e tripas, sentimentos e contradiçoes ...
sonhos fora de caixas, música que ensurdece o mau humor .
estou de mãos dadas com os que me querem bem ...
aos sentimentos ruins ... procurem outro corpo pra morar .
estou me reinventando .

quarta-feira, 4 de março de 2009

Tudo aqui quer me revelar ...

Agora, espero faíscas ... mas vivo pela sombra com medo de me queimar .
O resultado ? Nulo . O medo não se arrisca, é como um suícidio dele me deixar tentar .
Já fui fogo, já fui cinzas .
Hoje sou verdades que convém .
Morna, alucino ... recrio a vida baseada nas frustrações que se repetem, duvidas que nunca se calam .
Engano o cérebro a cada passo á frente . Em falso, logo me vejo ao chão .
Tudo culpa da minha criação, linha tênue entre o real e o ideal : Um retrovisor nos olhos, embutido, imóvel e certo, sem surpresas . Toda vez que quero ver além, me enxergo hoje com um plano de fundo que já não me pertence, meu passado , cada detalhe que eu já sei de cor .
Lente que traz a ilusão de estar caminhando segura num momento que não me serve mais .
-
Meu coração quer gritar, assustado .
Meu cérebro quer evitar ... Pensar, gostar, estar ao lado .
Meu corpo pede tempo ,
Minha boca pede pressa,
Minha pele pede emoção ...
Pedaços de mim querem me proteger e outros, como meus dedos agora, querem me entregar .
Tudo se contradiz pois não existem lados , apenas eu em conflito comigo, numa guerra de idéias ...
Perdida, cansada, sozinha dentro de mim .

Não espere de mim .
Não me espere .

Só eu posso escolher as peças certas, seguir as pistas, encaixar respostas, me encontrar .
Tudo isso quando eu voltar pra dentro de mim ou aceitar o meu novo eu .
Paciencia, eu nunca disse que seria fácil .
Não é pra mim .
TRILHA SONORA : 1 2 3 4 - Plain White T's

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

i'm leavin, again .

e a lua não apareceu naquela noite, naquele céu, naquela janela .
era pequena demais pra caber todas as estrelas, talvez .
era minúsculo o buraco, comparado a imensidão do desconhecido .
então eu resolvi usar a porta .

o mundo de fora não é doce, lilás e não tem cheiro de morango. não ...

que decepção ... tentei listrar os postes, modelar os prédios, cantar com o vento, dançar sem os pés no chão... mas tudo sempre voltava, em instantes, ao mesmo borrão de sempre . sem cheiro ... sem sabor ... sem som .

tentei então escrever na areia meus motivos, minhas mudanças, meus amores, minha esperanças mas no outro dia não estavam mais lá ... tinham sido engolidos pelo mar .

sempre faltou algo ... e eu sempre achei que era externo .
sempre quis pouco e achei que nada era suficiente .

transformar . em mim, eu mesma, antes de tudo a minha volta (sim, eu vou) não foi das tarefas mais fáceis que eu resolvi carregar agora. em algum momento inconsciente eu achei que não fosse capaz disso e mesmo agora, com os olhos inxados, eu sigo no mesmo caminho, o único que tenho, mas com um objetivo diferente ...

pra que serve a vida se não for pra ser feliz ?
ofereça seu sorriso .
pra que servem os dias se não for pra sonhar o que você quiser sonhar ?
fazer o que quiser fazer ? ir além ?

tchau, vida antiga . você já não me serve mais ...
eu estou de partida ... estou indo pro infinito .

estou chegando dentro de mim .

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

quem não quer decidir, já tomou sua decisão .


andando em uma rua sem volta, eu tento consertar idéias ...
ideais, em vão .
tudo diz PARE, e eu aperto o passo, vou mais rápido .
tão cansada de ouvir não .
as oportunidades gritam não o tempo todo ... e logo se tornam ruins ...
péssimas alternativas .
e é dessas que eu gosto, com essa mania suja e dolorida de vender tudo o que há de bom em mim em troca de nada .
o coração reclama, já vazio de coisas, de esperança . faminto por aquela mãozinha quente que escorrega dos cabelos pro rosto, do rosto pro queixo ... faz o laço no pescoço, desce devagar para os ombros, e esmaga um abraço .
olhando em volta, cada olho vê uma coisa diferente ... mas a bipolaridade de sensações já não me incomoda tanto . em um momento, o sorriso interno . no outro, a tristeza externa .
deve ser por isso que me chamam de triste ... eu não posso sorrir pra fora .
o mundo se abre e se fecha de uma só vez .
transborda meu desejo inútil de estar ao seu lado .
sem precisar dizer nada, seu olhos estão tristes também .
cansados, escuros , nublados do não saber .
uma hora ou outra, a lágrima sái, mostrando que existe alguém ali escondido, pedindo, sentindo ... talvez o mesmo que eu .
talvez .
inverso de mim ( em sua felicidade externa e tristeza interna ) você conta os dias, na contra mão do nosso acaso .
e eu desafio o destino, recorto promessas passadas , acredito no que não existe .
e dou uma chance ... não sei se pra mim ou se pra você .
talvez pra que eu transpire mais um pouco do nosso suposto amor .

talvez.
porém ninguém declara que ama a troco do oco .
a troco de que então ?

decida de vez que não .
eu posso lidar com isso .

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

i cant let go .


com as mãos nos olhos, não sei se pra não enxergar ... ou pra esconder o choro .
talvez pra me enganar .
exausta de querer um carinho que nunca chega .
cada vez mais fria, menos intensa , sem cor .
as respostas nunca vem ... eu mereço ?
eu realmente estou pagando por algo que eu não sei o que é ...
pelo erro de acreditar que eu realmente posso ser cuidada, amada, por alguém só meu ?
é demais ?

eu já fui mais dramática, acho que pq eu acreditava tanto que tudo era possivel .
eu realmente acreditei .

eu não estou triste pq estou sozinha .
acho que estou triste pq não mereço estar .

o sorriso fez se silencio . eu sou péssima pra dizer adeus ...
principalmente pros meus sonhos .
principalmente pra esperança que enxe meus olhos, toda vez que alguem chega, invade meu espaço ... as vezes até parece que vai ficar .
eu sou tão ruim com promessas .
eu sou tão ruim em gostar .

mas as pessoas sempre vão .
elas sempre vão ... pra não mais voltar .

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

... lá de cima, o fruto e a flor .


talvez se você virasse a curva errada, no dia certo, quando seus ponteiros se alinhassem com os meus .
talvez o brilho nos olhos voltasse, ao reconhecer o que azul logo se torna vermelho e quente, imenso e doce, quase como o toque dos seus lábios .
eu não preciso das suas promessas . eu queria só sua presença, agora, por uma noite .
de manha você recolheria as roupas e eu não precisaria recolher os pedaços . simplismente pq aprendi que nós somos mesmo assim .
será que você sente falta da minha pele assim como sinto do seu cheiro ?
eu mordo recordações, elas ainda tem um pouco do seu gosto .
e por mais que muitas outras histórias se passem, comecem e se acabem ...
eu sei que vou lembrar de você sempre, de vez enquando, como numa tarde como essa ... não me deixando esquecer que eu gosto muito do amor ... mas também gosto do desejo .
saudade do nosso descompromisso de gostar .

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

surrender to me softly .


passos lentos, segui duas ou três pessoas que andavam a minha frente .
uma mistura de medo/ansiedade regia meus instintos ...
logo a frente, desconhecido , encherguei uma porta . a luz era facinantemente intensa ... convidativa ...
com os pés já dentro, os joelhos chacoalhavam sem dançar . tremeram eles e logo o meu corpo inteiro ao perceber que era tarde demais ...
acontece que 'tarde' as vezes não é fim e sim começo ...
no escuro tudo pode ficar sombrio ou cada vez mais interessante .
nas mãos do perigo, temi pelo teu olhar ... era só o que conseguia enxergar .
e os rostos passaram, mudaram de tom .
sabor e cheiro as vezes ocupam algumas horas ...
e eu penso comigo se contigo existe um pouco da felicidade que eu deixei pra trás .
eu queria estar enganada ao lembrar do seu gosto .
eu queria não desejá-lo mais .
em uma linha assumo que o desejo e que ja tinha o feito antes .
mais um copo, por favor ?
sim, eu já esqueci de me lembrar que eu não posso mas o tempo não quis te apagar .
então eu escrevo pois nos versos, e não só nos sonhos, nosso amor existe ...
e te espera .

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

olhos nos olhos .


talvez pra que minha alma acorde
talvez pra que eu não me acomode

e se te ver de longe, parece perto ...
esperto é aquele que se faz lembrar .
e se eu te esqueço ?
e se eu te beijo ?
se te apago ou te desejo ... que diferença faz ?

eu volto , abraço a estrada .
te encontro escondido nas curvas, no perigo, pedindo pra que me salve e depois, pedindo pra que me solte, te liberte da duvida ... do não saber .

tudo o que eu preciso agora é das suas palavras inteiras, dos nossos meio sonhos e de um pedaço de amor .

eu quero acreditar .