segunda-feira, 14 de setembro de 2009

fly away .

o tempo de vida de uma borboleta varia de duas semanas a três meses . ela nasce feia, minhoca desengonçada... se fecha num casulo apertado e sai de lá perfeitinha ...dá uma volta por ai, para em algumas flores ... e ai morre .

assim como nós, assim como os sonhos .

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Verdade seja dita, nascemos pequenos só no tamanho e não no modo de pensar . Existe muito espaço no cérebro a ser ocupado, muitas lacunas... perguntas a serem respondidas . Perguntas essas que trazem consigo a inocencia e a decencia de uma criança... ser novo nesse mundo estranho . E tentamos responder e ensinar gentileza e respeito, mesmo sabendo que raramente essas virtudes permanecerão intactas ... o casulo é frágil e o mundo lá fora pode ser cruel .Tentamos nos proteger mas a liberdade tem um preço caro ... e lá fora, tentando abrir as asas somos surpreendidos com ventos fortes, chuvas, caçadores de borboletas ...
Não é tão simples crescer . Menos simples ainda sobreviver sem deixar de ser exatamente o que somos, ou fomos, ninguém sabe mais ...
Eu vejo confusão por trás dos erros, ciclo que não recicla e inclui no futuro as partes podres do passado .
Repetições de uma música ruim . Ninguém mais canta ...
São apenas eco . Barulho ilusório e retardatário que inutilmente tentamos evitar, resultado do que escondemos, do que não queremos, do que fingimos não ter, do que fugimos com todas as forças ... o medo .
E assim sofremos hoje e amanhã ... deixando morrer por dentro cada pedaço de sonho, cada pedaço de encanto, cada pedaço de nós . Não sei se duas semanas ou três meses ... nossa vida não tem prazo de validade e nos confundimos ao pensar que existe amanhã pra consertar um olhar de desprezo, um abraço falso ou um sorriso oco de amor . Não existe borracha que apague uma dor . Não existe remédio que conserte o ontem . Não existe desculpa quando traimos nós mesmo com nossas palavras ... não dá pra sair pegando-as de volta .
O que eu quero dizer é que eu vejo uma tentativa desesperada de ser feliz, de achar todas as respostas ... em cada rosto, em cada corpo, em cada voz , cada célula resolveu esquecer das ferramentas básicas e decidiu partir pro ataque, numa competição louca e fora da lei, passando por cima de tudo e todos atrás do premio final . Não quero te desapontar, mas não existe prêmio final .Na sua ultima respiração, que não sabemos se será agora, amanhã ou daqui 30 ou 40 anos ... a sua vida, quero dizer, o que você terá serão apenas lembranças . Dias vividos, amizades conquistadas, beijos com sabor de morango, viagens e também as despedidas . Ali, e só ali, lhe ocorrerá a idéia de que a vida não é nada além das decisões que valeram a pena . Você não possui nada, nada lhe possui ... e você só será eterno se alguém resolver te guardar do lado de dentro .
Pois então, mereça .

5 comentários:

somebody disse...

pesado... te amo.

Tarik Dal Molin disse...

Adorei! Melhor do que bem pensado, muito bem traduzido em palavras! E olha que eu nao gosto de ler texto grande em blog =)
Bjoo
ps: a borboleta é uma referencia a diva hannah? aheuae

thomazcampacci disse...

A vida das pessoas é tão curta quanto a da borboleta, mas tem gente que passa anos para sair do casulo, pegar seu passaporte pra liberdade. Tem gente que sai do casulo despreparada, vai voando sem direção, vai sendo conquistada pelo céu deixando de conquistá-lo. Tem gente que voa alta e sabiamente. Tem gente que é livre mas não sabe voar, e talvez nunca aprenderá, porque prefere não aprender. Tem gente que voa sozinha a vida toda. Mas quem pode julgar o comportamento de cada borboleta? Cada uma é tão particular em seu desenho das asas, cada uma traz uma alegria diferente a um jardim diferente. A única coisa que têm em comum é a vida quando há a chance. Correto, errado, é natural que cada uma aproveite da maneira que achar melhor seu vôo. E quando quiserem, que voem longe... bem longe.

Unknown disse...

tocante e lindo!
PRI T AMO!

: disse...

Não somos tão sábios como borboletas que seguem seu caminho em um destino nada programável,muito menos rotineito.Somos escravos do tempo,e a liberdade exarcebada oferecida,transforma-nos em apenas casulos,retornando ao ciclo digamos,infeliz da nossa trajetória.