sábado, 28 de junho de 2008

momento e destino .


é firme o susto, é fundo e perto: é sozinho .
um ponto só, não reticente, pode ser frio, pode ser presente .

o cheiro novo que eu já tive antes ...
pra ser nova e de novo ser o que sempre fui .

e quando eu acho que ja sei demais,
e quando eu acho que mudei e refiz .

aquele tom tremido insiste, resiste
triste e eu não posso mais .

e é claro a fresta acende, ela sempre sente
e o Ar, e o MAR ?

e eu?

é escudo, é armadura
é guerra, é boca aberta .
é peito, tudo indica ...
é mudança das boas .

pouco se dorme
nem tudo se alcança
mas NADA se perde .

eu nada espero,
o que eu amo eu tenho .
nada me tem mais que meus sonhos .

assim hoje,
vamos ver amanhã .

quarta-feira, 18 de junho de 2008

'faça ou não faça, não existe tentar'

com medo, ele me abraça ... só pq não consegue mais me soltar .
como se cumprisse sua obrigação com o destino ...


e a culpa é de quem ?

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tenho vivido no plano real antes que a ilusão do ideal me engula .
eu estive lá, na boca ...
e agora estou aqui, firme, com os pés no chão .
sabendo onde eu não posso pisar mas piso, pq ainda preciso .
sabendo onde eu quero pisar e não piso, pq eu não preciso mais .

antes consciente,tarde ... do que quase morta, acomodada .

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essas fases 'fundo-do-poço-do-fim-da-picada-do-fim-do-mundo' precisam existir .
elas realmente precisam te acordar quando você se deixa levar pelo não saber, aqui e lá, hesitante .
toda história precisa de conflito, pra ter desfecho, pra ter história, pra ter certeza .
e foi a partir daí, que eu comecei a me ver realmente, existindo .
não era tão simples a umas semanas atrás, enquanto eu não dormia, não comia, ou comia demais, só chorava ... mas isso é ser mulher .
mulher do tipo que se encolhe um pouco, um pouco criança, um pouco cansada, um pouco traída ... do tipo mulher apaixonada . mulher que corre pros filmes, cobertas, conselhos, com nariz vermelho ... que vegeta e para de pentear o cabelo, que tenta achar resposta no teto do quarto . mulher que quando caí, vai de cabeça, assim como tudo o que faz ... mas principalmente, mulher que levanta .
mulher que se refaz, de um jeito que nenhum homem conseguiria .

mulher que luta, mulher forte, mulher que consegue .

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de tantas coisas que você pode querer e conseguir, isso é a certeza que ninguém tira e que você nunca terá ...
nada disso te fará forte .



esse é meu pequeno orgulho .
eu sou .

segunda-feira, 9 de junho de 2008

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O óbvio embassado no vidro, a interrogação .
Dentro, mas do lado de fora, o pulso, a ultima canção ?
A cidade parece respingada do incomum .
O presente na porta, a porta na boca, o rosto no chão .
Tudo largado, nessa mesma ordem .
Depois do laço vermelho envolvente . Depois do embrulho ... depois do cheiro e do choro .
Depois da lua, da ponta, do leste...
Um único raio de sol, réstia insistente de luz, ilumina o corpo .
É confuso, mas o vazio já avisa: cheio ele foi razão, ou resposta, ou saída ?
Em cada canto da folha tem um pouco dele, um pouco de fuga, um pouco de folha, um pouco de chuva .
Em cada pedaço, um pouco de vida .
E o que restou vira o primeiro passo, que depois do segundo, vira dança ... ai tudo deixa de existir, e existe, ao mesmo tempo .

Só por isso e assim, salva na própria loucura... ela vai te evitar por fora... ela vai te abraçar por dentro .