terça-feira, 9 de dezembro de 2008

your love is king .


existe aquela fração de segundo que você desliga o botão da consciencia .
até o mais forte tem um segundo fraco, falho, inevitável .
entregue ao momento, observo os galhos que balançam e se confundem, camuflando junções ... o vento tras a beleza das folhas, e de um morador de rua, sai o som que embala uma história ... como se tudo seguisse um roteiro, planejado a contra-gosto dos atores .
o cenário pulsa cada detalhe : por dentro tudo se confunde, por fora as aparências transparecem meias verdades . os olhos piscam . eu transpiro sensações . não existe tempo .
fugindo do óbvio, os corpos agora se repelem .
as sombras, grudadas, pregadas, não obedecem e formam um abraço .
eu sinto o cheiro que eu bem conheço mais uma vez, aquele que vem de dentro da contradição das palavras e atos que nos cercam . o cheiro de um certo comodismo em não querer/poder cortar esse fio que nos une e nos separa .
sinto o ar entrar de novo, agora limpo .
meu cérebro respira e desiste de entender .
exatamente nesse segundo, sem pensar, o 'meu segundo' acontece, e passa, e eu quase não vi .
o olhar de medo-espanto-medo-medo-constrangimento-susto-medo toma conta da cena .
em volta, o mundo deixa de fazer sentido e faz, sem poder fazer .
e é ai que as buzinas voltam, junto com o resto do mundo, que volta a girar .
o coração volta a congelar, o choro não existe .
tudo volta ao controle e forte eu esqueço, despejo tudo em texto ... pra não guardar .
existem emoções pra mim que precisam ser escritas, pra não tomarem forma de amor, de dor ...
finalmente, exausta ... deito na cama sem fingir pq ...
o cheiro ainda está lá .

3 comentários:

assinado eu disse...

publique um livro e eu serei a primeira a comprar.

thomazcampacci disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
thomazcampacci disse...

Eu nunca tive real certeza se os flocos de neve realmente só caem perto dos pólos. Já fez tão frio aqui. Já nevou tanto. Enquanto a janela me diz e insisti que eu devo fechá-la, eu teimo e a prefiro aberta, escancarada. O frio de dentro é o mais difícil de aquecer, mesmo que eu deixe minha relutância sem interlocutor e feche as portas, os flocos vão continuar.
Acho que o problema não é a neve, não. Acho que o frio, na verdade, nem vem de fora. Sou eu que ainda não aprendi a me aquecer, é.